domingo, 26 de julho de 2009

Oriximiná, enfim.


"A paisagem à sua frente é de grande beleza, seja pelo alargamento do rio, seja pela moldura das margens de incontáveis verdes, seja pelas palmeiras que se aldeiam e exibem, acima das outras árvores, suas palmas abertas como um esplendor."
João de Jesus Paes Loureiro


Depois de uma longa espera, mas que foi altamente produtiva em relação à experiência de vida, em Manaus e de uma viagem de barco, dormindo em rede, vendo o cotidiano de pessoas simples e humildes, que as algumas pessoas se assustaram com o acidente do barco Karolina do Norte, eu cheguei em Oriximiná.
Antes de eu vir para cá, enquanto estava divulgando o projeto para algumas pessoas, muitos falavam "O que você vai fazer lá? Lá só tem índio". Em função destas perguntas eu resolvi escrever este post dando uma panorama sobre a cidade, suas caracteristicas e um pouco de sua história.
O município de Oriximiná está situada ao Oeste do estado do Pará e tem uma área de mais de 100 mil Km², o que corresponde a mais de 8% do território do estado e o deixa com o status de segundo maior município do estado. Sua população é de mais de 50 mil pessoas, mas a concentração populacional é de apenas 0,5 habitante/Km².
A cidade foi criada em 1877, sob a graça de Uruã-Tapera. Por motivos políticos o município de Oriximiná deixou de existir em 1900, tendo seu território anexado ao município de Óbidos. Somente em 1934 a cidade de Oriximiná voltou a existir, mas com um território menor do que o original. O nome Oriximiná vem do tupi, que significa "o macho da abelha", o zangão.
A principal fonte econômica é a mineração, sendo o minério Bauxita, que serve como matéria prima do alumínio o principal metal extraído da região.
Ao contrário do que normalmente se pensa, a região não possui muitas comunidades indígenas e sim uma grande quantidade de comunidades quilombolas.
A Unidade Avançada José Veríssimo (UAJV) da UFF funciona na cidade desde o ano de 1975, tendo seus trabalhos iniciados em 1973 na cidade de Óbidos.
José Veríssimo foi um escritor obidense, que morreu em 1916. O escritor foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e é motivo de grande orgulho para a região.
Um dos maiores eventos locais é o Círio Fluvial, um evento católico que homenageia São Francisco, e segundo locais, este é o maior Círio Fluvial do mundo. O Círio acontece no próximo dia 2, e uma barca com 16m de altura está sendo preparada com ornamentos, e pessoas que trabalham no carnaval carioca e no festival do boi de Parintins estão trabalhando duro no projeto. A cidade inteira está voltada e empolgada para o evento, a igreja foi repintada, os bancos da praça, os enfeites, as conversas, tudo tem girado em torno da festa do Círio. E eu estarei dentro da barca que carrega o santo através do rio fotografando o trabalho, a reação das pessoas e twittando o tempo todo sobre o acontecimento.

5 comentários:

  1. Realmente o Brasil é uma benção.
    Território imenso e lindo!

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  2. Quero ver as fotos do evento depois...

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  3. Leo Lagden postou por aqui? Pelo visto o Brasil não é tão imenso assim...
    Salve Oriximiná!!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Círio de São Francisco em Oriximiná? Será que o Círio de Santo Antônio já mudou de nome? A propósito dos cometários que ouviu antes de ir para Oriximiná, "lá só tem índio", não tenho palavras para revolta com esses clichês insanos e preconceituosos. Aposto que europeu conhece mais sobre o norte do Brasil do que tupiniquins idiotas que fazem esses comentários arrogantes. Ai, ai...

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