sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A questão das marcas


Recentemente eu fui contribuir para a economia local e fui fazer uma compras na rua do comércio. Inspirado pelo belo comercial das Lojas Walfredo, apaixonada por você, eu resolvi comprar um All Star, que segundo eles estava saindo a $39,90. O diálogo com a vendedora foi mais ou menos assim:

-Moça, eu queria um All Star preto, número 39.
-Tem sim, tá aqui.
-Não, isso é Star Tech, eu queria All Star.
-Mas isso é All Star sim, só é de outra marca.
-Ah, eu queria o All Star da outra marca mesmo.
-Pois só tem All Star da marca Star Tech.
-Tá bom, eu levo ele mesmo.

Eu, com meu lado publicitário aflorado tive que parar pra pensar sobre a questão da marca na região Norte do Brasil. Ao caminhar pela rua o que você mais vê são lojas (não camelôs, lojas mesmo) vendendo roupas com marcas como Tommy Hilfiger, Armani, Lacoste, Puma, Adidas, Nike, incluindo camisas de futebol de todos os clubes do eixo rio-sampa e alguns outros mais. Se você pensar na questão da identidade da marca, o que é vendido aqui com essas marcas estampadas não tem a mínima ligação com a identidade ou com o status que a marca em questão traz consigo. Você vê normalmente camisas da Armani com desenhos altamente coloridos e coisas assim. Se o criador das linhas de roupa ver o que fazem com a marca aqui eu acho que ele tem no mínimo um ataque do coração.

Mas essas quebras de identidade me fizeram refletir sobre o uso das marcas aqui e sobre o status da marca. Será que eles tem o conceito de marca aqui? Ou será que as pessoas veêm a marca somente como um símbolo que todos usam e ele também tem que usar, mas que não transcende o aspecto visual da logomarca?
No meu diálogo com a vendedora na hora de comprar o tênis, ela tratou o All Star como um modelo de tênis, não como uma marca, que era o que eu queria. Mas tá certo, com a Gillete, BomBril e afins, aconteceu a mesma coisa. Mas ver as camisas de "marca" pela rua, principalmente da Armani, me fizeram ponderar a forma com que o Oriximinaenses, Paraenses ou até os Nortistas, lidam com as marcas.

Minha hipótese inicial é de que aqui as pessoas não se importam com a marca em si, somente com a logomarca. As roupas aqui não pretendem ser cópias das roupas da marcas, elas não pretendem ser vestimentas genêricas que se utilizam do mesmo design dos grandes estilistas. Aqui os designs são totalmente novos, e apenas se apropriam daquela parte visual que constitui uma marca de sucesso, a logomarca, nada mais.

Vou tentar fazer um estudo preliminar sobre isso, preparar algumas questões e quem sabe entrevistar algumas pessoas. Mas enquanto isso espero que vocês levantem algumas questões relevantes.

12 comentários:

  1. Adoro ver isso. Se apropriar da marca ou até personalizar o produto... isso é muito interessante. Seria liberdade criativa que os leva a moldar o rpoduto para si/sua cultura ou necessidade de pertencimento? hmmm, dá pra viajar bonito

    Parabéns cara!

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  2. Acho que você não pode se equivocar e generalizar, talvez você tenha que procurar também onde a high society de Oriximiná compra, e qual é o valor da marca para essas pessoas e para as pessoas que vendem para essas pessoas. Talvez Oriximiná não seja tão diferente do Rio de Janeiro (Uruguaiana), entendeu o que eu quis dizer? o.O

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  3. vc já tinha comentando esse caso do all star qdo postou no meu blog, e é bem interessante ver as múltiplas possibilidade de apropriação (mesmo que o postante acima tenha razão, e talvez tenha, isso não invalida o q vc percebeu).

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  4. LUIZA SILVA
    DIEGO DACAL VC QUE PASSOU PELA ESTACIO DE SÁ, ESTA SE FORMANDO PELA UFF NÃO APRENDEU CONCORDANCIA (UMA COMPRAS)IMAGINA MEU CARO UMA HUMILDE VENDEDORA DIFERENCIAR MARCA DE LOGOMARCA.

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  5. PASSOU P/ ESTACIO E ESTA SAINDO DA UFF,MEUS PARABÉNS~POUCOS CONSEGUEM...genêricas;designs;eles tem ;BomBril;aconteceu a mesma (`);veêm; o Oriximinaenses...quem olha rabo alheio esquece o seu!!!

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  6. Oi Carla, obrigado pelas correções. Por serem muitas pessoas usando o mesmo computador acabo cometendo diversos erros, além dos vícios de linguagem que eu também possuo.
    Mas a discussão que eu propus não foi sobre a vendedora, mas eu fui além dela, foi o caso da vendedora que me fez pensar no que pode ser um fenômeno maior aqui no Norte, não querendo generalizar ou particularizar muito, como a Raquel falou no primeiro comentário.
    ;)

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  7. Cara, muito interessante o seu blog.. o mais louco são as experiências similares que tive por lá. O garoto que me levou na torre me perguntou se meu all star era all star de verdade.. eu fiquei sem entender direito (até agora). Disse a com um ar meio nonsense que era sim..

    Abraço!

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  10. Leonardo,
    acho que o garoto quis te perguntar: É ORIGINAL ESSE TEU "ALL STAR", ou é "pirata", "paraguaio", "chinês", falsificado, como queiram...? O que no Brasil é bem comum, SAARA que o digam, hein?! Para o bom entendedor... Entendeu???

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  11. Hoje fui comprar um e o vendedor quis me empurrar um Startech dizendo que era a mesma fábrica ... so que havia sido "dividida" kakakakakakaka.... sei ... a Nike ( que é a "dona" da Converse ) tá ruim das pernas e andou desmenbrando a fábrica e vendeu metade dela pra o senhor "Ching" que resolveu mudar o nome de sua parte para Star tech .... PIADA !

    O que leva muitas vezes a se optar por um material de "marca" é a certeza da durabilidade do mesmo em comparação com as "genericas"

    A Ferrari Aurea 2010 e o Fiat 147 ambos tem motor e design que sairam da mesma fábrica ( A escuderia Ferrari ) mais JAMAIS serão a mesma coisa !!! Antes pagar 85,00 R$ em um All Star Chuck Taylor ORIGINAL ( que vai durar pra KARAMBA ) do que dar 50,00 em um Ching-Ling que na primeira chuva descola e desbota !

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